top of page

DEFENSORIA APOSTA EM MEDIDAS PROTETIVAS PARA EVITAR A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Por Laura Borba

- A gente trabalha tanto internamente, promovendo eventos, debates para colegas, estagiários e funcionários, como a gente tem um trabalho também externo. Participamos de muitos eventos das redes de atendimento às mulheres, indo a universidades, escolas, empresas, etc. Na verdade, a gente vai em muitos lugares para discutir a questão da violência doméstica, sempre nessa ideia desse trabalho de informação - disse Arlanza.

 

Segundo a defensora, a violência doméstica ocorre em qualquer país do mundo e em todas as classes sociais. Por conta disso, é importante que a mulher tenha consciência disso para que possa elaborar respostas, defesas e procurar ajuda.

 

- A defensoria veio aumentando a sua participação junto com movimentos sociais e outras instituições, de modo que o trabalho nosso fica próximo da realidade vivida por essas mulheres - afirmou a defensora.

 

O grande marco na luta contra a violência de gênero ocorreu há 10 anos quando a Lei Maria da Penha entrou em vigor. Arlanza explicou que percebeu uma diferença considerável nos números de denúncia a partir deste momento. A lei proporcionou medidas de proteção para a mulher que sofre violência e, consequentemente, deu mais confiança a ela. A lei possibilitou o enfrentamento da violência, trouxe à mulher a pressa que ela precisava, já que pede o afastamento do homem em 48 horas, e, principalmente, deu a oportunidade da vítima ter medidas protetivas.

 

Ao falar destas medidas, a defensora não se referiu apenas à prisão e condenação, mas também ao acompanhamento da vítima, da proteção dos seus filhos, orientação, entre outras. Para ela, a discussão também são importantes para tentar mudar desde cedo o pensamento da sociedade em relação às mulheres.

 

- Qualquer país a mulher é vítima de violência e passa pelo mesmo processo que o nosso. Então, se isso existe, se o processo é o mesmo, é importante que a gente tenha consciência disso e que a gente possa começar a elaborar respostas e defesas - disse Arlanza.

 

Apesar do crescimento das denúncias após a Lei Maria da Penha, Arlanza afirmou que o processo de mudança vai levar um tempo, e que ainda é muito comum que as vítimas desistam do processo no meio.

 

- As mulheres ficam em um ciclo de violência por 10 a 15 anos antes mesmo de procurar por ajuda, e essa desistência acontece, muitas vezes, por conta disso. Esse ciclo também inclui essas desistências - finalizou a defensora.

Uma a cada cinco mulheres sofre com a violência de gênero no Brasil e um terço dos brasileiros culpa estas mulheres pelo o que sofrem, segundo o Datafolha. Estes números retratam a realidade de muitas brasileiras. Porém, de alguma forma, a luta pelo direito das mulheres evoluiu durante os últimos anos. Em entrevista, a defensora pública e coordenadora do núcleo de defesa da mulher e da vítima de violência de gênero (NUDEM), Arlanza Rebello, contou como a Defensoria Pública trabalha há 19 anos para amenizar a violência sofrida e proteger milhares de mulheres brasileiras.

 

Arlanza trabalha há 12 anos no núcleo, e atende, em média, 20 mulheres diariamente que sofrem com a violência doméstica. De acordo com ela, o objetivo do núcleo é trabalhar institucionalmente a violência de gênero recorrente na sociedade.

 

bottom of page